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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Da justiça ou da falta dela

Hoje, durante a minha pequena viagem rotineira e matinal entre Santarém e Lisboa, dei por mim a pensar na justiça portuguesa. Ou melhor: na "justiça" portuguesa. Comecei por me lembrar de alguns casos mais antigos e que - oh espanto - continuam, de quando em vez e muito mais do que seria desejável, a valer aberturas de noticiários e primeiras páginas dos jornais. Isaltino Morais, Vale e Azevedo, Casa Pia, Fátima Felgueiras, Freeport, Apito Dourado, etc... Já ninguém estranha que a notícia que se ouve, vê ou lê seja o desconhecimento do paradeiro de fulano ou cicrano, o recurso do recurso do recurso do processo em questão, os erros processuais na recolha da prova, e por aí fora. Mas será este tipo de notícias que o cidadão quereria saber? ou, pelo contrário, a notícia não deveria ser que o indíviduo X foi condenado por ter cometido um crime ou ilibado porque não o cometeu, depois de tudo bem apurado numa sala de audiências?
E, com tanto "pára-arranca" nos processos, a sensação que se fica é que, quem pode económica, financeira e políticamente, através de uma equipa experimentada e bem paga de advogados, acaba por ir saltitando de recurso em recurso, de manha em manha. E, com grande artimanha, lá vão andando, também, a gastar o dinheiro dos nossos impostos e a consumir recursos judiciais de toda a espécie.
Mas, até aqui, não temos que nos espantar. Afinal já todos estamos, infelizmente, habituados a isto. Nem sequer estranhamos, porque já se entranhou no dia a dia de cada um de nós. E, numa só palavra, tudo se resume a... Dinheiro.
A revolta, o asco, o nojo vem com aquelas notícias que nos dão conta que o pai que violou  a sua filha de 3 (três) anos foi condenado a 5 anos de prisão. Com pena suspensa. Sim, com pena suspensa!!! Mas que merda é esta. Que lei, que juiz, que código penal, pode permitir uma coisa destas? Que país e que cidadãos se podem resignar e assobiar para o lado com  uma coisa destas, a qual nem sequer consigo adjectivar??
E, depois disto, ainda tenho que ouvir que o Duarte Lima não confia na Justiça brasileira? Ah pois, a portuguesa é melhor. Dá-lhe mais garantias. Pudera. Basta ver os exemplos atrás citados e esperar bem sentadinho no sofá. Alguma coisa se há-de arranjar. Uma, mais uma, qualquer artimanha.

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